Embarque e desembarque em Juiz de Fora: Audiência Pública na Câmara: síntese de nossa manifestação

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Audiência Pública na Câmara: síntese de nossa manifestação

Em defesa do Decreto Municipal 8.588, de 06/07/2005, e contra a obrigatoriedade de ir até ao Terminal Rodoviário!

Em face da decisão unilateral dos fiscais locais da ANTT de proibirem as paradas de ônibus interestaduais nos tradicionais pontos das avenidas Brasil (Clube D. Pedro II, Manoel Honório e Praça da Estação) e Independência (Bifão, Praça de São Mateus) e no Cascatinha, formamos um movimento composto por estudantes e trabalhadores com o objetivo precípuo de estabelecer um debate público sobre essa questão, sondar a legislação e manifestar democraticamente nossa insatisfação.

Entendemos que o Decreto Municipal n.° 8.588, de 06/07/2005, nos garante o direito de embarcar e desembarcar nos mencionados pontos de parada. Por outro lado, a legislação federal pertinente (Decreto 2.521/1998) não proíbe embarques e desembarque na área urbana, determinando apenas que os pontos tenham condições infra-estruturais para tanto. Neste sentido, ao invés de nos privarem desse direito e de imporem a nós e a nossos familiares sacrifícios físicos e financeiros absurdos, forçando-nos a uma desnecessária passagem pelo Terminal Rodoviário, cabe as autoridades responsáveis pelos transportes em nossa cidade suspenderem com urgência esta odiosa proibição e, a curto prazo, melhorarem as condições dos pontos de parada dos ônibus interestaduais.

MOVIMENTO PARA DEFESA DE DIREITOS DOS PASSAGEIROS DOS ÔNIBUS INTERESTADUAIS

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Carta enviada pelo Professor Dr. Jader Janer Moreira Lopes (Fac. Educação UFF) à ANTT

Amigos, frente a situação que nos foi imposta, escrevi e enviei esse e-mail à ANTT. Está impossível viver essa situação para quem viaja toda semana, espero que vocês possam somar as reclamações para tentarmos reverter a situação.

Aos responsáveis pelos transportes terrestres no Brasil – ANTT:

Prezados senhores, sou usuário semanal e às vezes diário, da linha de transporte urbano Juiz de Fora- Rio de Janeiro (e vice-versa) desde o ano de 2000, cuja permissionária é a empresa Útil.

Escrevo esse e-mail para relatar minha surpresa e claro, indignação frente às últimas deliberações tomadas por essa agência que impossibilitaram o embarque e o desembarque na área urbana de Juiz de Fora (pelo menos é isso que aparece nos cartazes fixados nas rodoviárias e nos panfletos distribuídos pelas empresas, que teimam em afirmar que essa é uma decisão da ANTT, contrária inclusive aos seus interesses em atender os clientes)

Por isso lhes escrevo para refletirem sobre alguns pontos que considero pertinente:

- A maior parte dos usuários que utilizam essa linhas (e tantas outras que passavam pela área urbana de Juiz de Fora) são trabalhadores que vão e voltam, muitos diariamente, entre essas cidades. A suspensão de tal possibilidade significou:

1) um custo a mais nas tarifas já tão altas de nossas passagens, pois muitos de nós estamos tendo que utilizar táxi para poder embarcar e desembarcar, sobretudo os trabalhadores, como eu que, viaja e chega de madrugada, além da absurda taxa de embarque a que somos submetidos de forma arbitrária no terminal rodoviário de Juiz de Fora. Esses encargos, hoje, correspondem aproximadamente a 70% da passagem. Ou seja, mais uma vez quem está pagando a conta é o trabalhador brasileiro. Se era essa a intenção, ampliar os gastos com o transporte para os cidadãos, ela foi atingida.

2) um custo a mais no tempo do deslocamento, para quem trabalha, exaustivamente, como uma boa parte das pessoas nesse país, um aumento de quase 40 minutos no deslocamento é algo extremamente penoso, pois é inconcebível, ter que ir além da rodoviária para depois retornar (pela área urbana). vocês já observaram a rota feita pelo ônibus? Acredito que sim e, mesmo assim consideram essa caminho mais racional?

- Não seria interessante dar uma olhada em pesquisas desenvolvidas por nossas universidades e seus programas de pós-graduação sobre o planejamento urbano e territorial? Tais trabalhos vêm demonstrando que a lógica de organização urbana e dos deslocamentos mudaram de forma significativa nas últimas décadas. Isso impediria que essas decisões tomadas em gabinetes e, que tanto atingem as localidades, se baseassem em formas contemporâneas de ver e pensar o espaço e não em modelos que não mais existem em nossa realidade. Afinal, tomar decisões gerais é muito fácil, enquanto o desafio é pensar as singularidades, nas lógicas das exceções, é para isso que existem cargos a serem ocupados e instituições de pesquisas.

- Ao mesmo tempo que essas decisões são tomadas, percebo que outras que deveriam ser prioritárias não são resolvidas, tais como:

. continuo vendo crianças sendo transportadas de forma completamente equivocadas nos nossos ônibus inter-estaduais, muitas vezes sentadas nos colos dos pais, muitas sem cinto de segurança;

. a não existência de concorrência em algumas linhas o que prejudica de sobremaneira a qualidade do serviço ofertado, como é o caso da linha que aqui faço menção, ou vocês de fato acreditam que existe concorrência pela outra empresa que –teoricamente-dizem ser o concorrente e que, estranhamente, vendem passagem no mesmo site na internet.

. e outras situações que vivemos diariamente....

- Por fim, peço desculpas um e-mail tão longo, mas é sem dúvida uma reclamação e um desabafo de alguém que, pelos impostos pagos, mantêm a existência de instituições como essa agência, cujo retorno real para nós tem sido tão pequeno, pelo menos em nossa prática cotidiana, pois como já afirmei, nesses últimos anos só tenho acompanhado uma queda significativa da qualidade dos serviços prestados e uma elevação absurda do preço das passagens.

- Assim, espero que possam rever tal situação que tanto negativamente afeta a todos, sobretudo, nós usuários do transporte urbano, pois não gostaria de ser mais um a fazer parte das palavras que comumente tenho ouvido nos pontos e coletivos, de que essa agência só existe para atrapalhar a vida dos cidadãos comuns e validar os interesses dos grupos que detêm o monopólio do transporte nesse país, ainda tento acreditar no contrário.

Agradeço e aguardo retorno

P.s.: E-mail publicado aqui com autorização expressa de seu autor.

MENSAGENS DE APOIO AO MOVIMENTO

Ótima iniciativa. Realmente um absurdo, espero que possamos reverter. É extremamente prejudicial a todos nós que usamos este meio de transporte. Abraços, Leandro.

Vou encaminhar este e-mail para pessoas que utilizam o ônibus TR – JF solicitando que entrem no Blog. Abração. Amadeu.

Parabéns pela iniciativa. Ponho-me à disposição para o que for preciso em prol à causa, deveras justa! Beijos, Erli.

ESTAMOS AÍ PARA O QUE DER E VIER. CONTE CONOSCO AQUI DE TRÊS RIOS. HILANA

Há muitos anos que viajo a Juiz de fora ou a estudos ou para outras atividades. Agora, minha filha, que está cursando o 1° período de Psicologia no CES-JF passou a chegar atrasada às aulas pois não pode mais saltar no ponto que fica próximo à faculdade. Realmente foi uma decisão lamentável essa proibição. Dizer que atrapalha o trânsito é uma piada de mal gosto! O que pode melhorar é um maior volume de passageiros de táxis e de ônibus para uma maior arrecadação para os donos das empresas.
Democracia não se faz com atitudes deploráveis como essa que impõe ao cidadão o dever de aceitar mais aos atos arbitrários.
Wallace Pimentel Ignácio ( Professor )

Fiquei muito feliz com a liminar concedida pela Justiça à Viação Progresso. Vamos ficar atentos. Contem com meu apoio, enquanto cidadã e também como representante
do Centro de Defesa dos Direitos Humano (CDDH) . (...) Podem colocar minhas palavras no blog. (...) Gostei da forma ponderada, inteligente do grupo. Isto prova que não se ganha só pelo grito, mas também pela persistência, educação, clareza do que se quer,
e líderes, como vocês. Abraços Francisca.

Envie também sua mensagem de apoio para o e-mail:

embarquedesembarquejf@gmail.com

terça-feira, 18 de novembro de 2008

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Você concorda com a proibição dos ônibus interestaduais realizarem paradas nos tradicionais pontos das avenidas Brasil e Independência e no Cascatinha?

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